A Manutenção Produtiva Total (TPM)

A Manutenção Produtiva Total (TPM)

Desenvolvido por Seiichi Nakajima e introduzido no Japão em 1971 após suas observações feitas sobre o sistema de manutenção preventiva, a TPM (Total Productive Maintenance) é um modelo de gestão de manutenção cujo principal objetivo é maximizar a efetividade global do equipamento, ou seja, aumentar o tempo de operação com um menor número de paradas e reduções de velocidade da produção, através do envolvimento total dos empregados.


Para que ocorra esse envolvimento total dos empregados é necessária uma maior qualificação destes, através treinamentos e capacitação. Deste modo, as tarefas mais simples, como lubrificação, limpeza, trocas de lâmpadas e filtros, medição de vibração e temperatura, entre outros, que antes eram função da equipe de manutenção, passam a ser executadas pelos próprios operadores.

A fim de simplificar o entendimento do foco da metodologia podemos fazer a seguinte analogia: “Comparando com as funções da área médica no Brasil, o operador seria para o equipamento um enfermeiro, que presta os primeiros socorros, e é capaz de tomar providências para evitar problemas maiores ao paciente. O homem da manutenção seria o médico, capaz de fazer intervenções de vulto para restaurar a saúde do paciente.”

Para se implantar a TPM buscando o autocontrole da produção e da manutenção, os líderes e a alta gestão da empresa devem ser capazes de definir as tarefas e indicadores mais adequados a fim de gerir melhor a produção e acompanhar seus resultados. Para isso, a manutenção produtiva total é estruturada sobre 8 pilares. O Quadro abaixo relaciona cada um dos pilares da TPM com seus objetivos específicos.

Pilar
Objetivo
Manutenção Autônoma
Capacitação da mão de obra. Objetiva treinar e capacitar os operadores para que os mesmos se envolvam nas rotinas de manutenção e nas atividades de melhorias que previnem a deterioração dos equipamentos
Manutenção Planejada
Foca no Quebra zero e no aumento da eficiência e eficácia do equipamento. Atua sob três formas: planejamento das manutenções preditivas, preventivas e paradas. Enquanto que as duas primeiras objetivam eliminar paradas, a terceira, quando é necessária deve ser muito bem planejada a fim de proporcionar uma parada assertiva que siga o cronograma e os custos planejados. Por isso é cada vez mais comum as empresas utilizarem ferramentas de gestão de projetos aplicadas nas paradas.
Manutenção da Qualidade
Zero Defeito, através do controle de equipamentos, materiais, ações das pessoas e métodos utilizados. Hoje em dia pode-se citar algumas ferramentas que auxiliam neste processo como sistemas automáticos de inspeção e controle da qualidade (sensores de visão, Micrômetro Laser e softwares online de controle estatístico de processo).
Melhorias Específicas
Objetiva reduzir o número de quebras e aumentar a eficiência global do equipamento através do envolvimento de times multidisciplinares compostos por engenheiros de processo, operadores e manutentores. Com um time de pessoas com conhecimento diversificado, a chance de melhorias eficazes serem implantadas é muito maior.
Controle Inicial
Reduzir o tempo de introdução do produto e processo. Se baseia na análise detalhada dos produtos e equipamentos antes mesmo de serem fabricados ou instalados. O objetivo é focar a energia em criar produtos fáceis de fazer e equipamentos fáceis de utilizar.
Treinamento e Educação
Elevar o nível e capacitação da mão de obra. Mão de obra escassa e sem conhecimento é um dos grandes problemas industriais atualmente. Como estamos em uma época direcionada à indústria 4.0 em que a tecnologia muda constantemente, o problema se agrava mais ainda e o treinamento torna-se parte fundamental do sucesso das empresas. A Educação e treinamento devem ser sistemáticos na companhia.
Segurança, Higiene E Meio Ambiente
Zero Acidente. Assegurar a segurança e prevenir impactos ambientais adversos, além de serem fundamentais atualmente, motiva os funcionários e faz com que a empresa conquiste mais clientes.
Áreas Administrativas
Reduzir as perdas administrativas e criar escritórios de alta eficiência. Como o departamento administrativo fornece recursos às atividades de produção, a qualidade e a precisão das informações supridas por estes departamentos devem ser asseguradas.

Além dos pilares, dois conceitos importantes na filosofia da TPM são o de Defeito Zero e o de Quebra Zero, uma vez que o principal fator prejudicial para o rendimento operacional é a quebra de equipamentos, sendo fundamental que algumas medidas sejam tomadas para evitar as chamadas 6 grandes perdas e conquistar definitivamente a Quebra Zero. Essas medidas são listadas abaixo:

● Estruturação das condições básicas para a operação 
Limpeza da área, asseio, lubrificação e ordem. 
Obediência às condições de uso
Operar os equipamentos dentro das condições e limites estabelecidos.
Regeneração do envelhecimento
Recuperar o equipamento por problemas de envelhecimento e evitar quebras futuras;
Eliminar as causas de envelhecimento nos equipamentos;
Restaurar os equipamentos, periodicamente, retornando-os às condições originais;
□ Ter o domínio das anomalias que provocam a degradação dos componentes internos através dos 5 sentidos das pessoas e das técnicas e instrumentos que fornecem a condição das máquinas (vibração, temperatura...).
● Sanar os pontos falhos decorrentes do projeto
□ Corrigir eventuais deficiências do projeto original;
□ Fazer previsão de vida média através de técnicas de diagnóstico.
● Incrementar capacidade técnica
□ Capacitação e desenvolvimento do elemento humano de modo que esse possa perceber, diagnosticar e atuar convenientemente.
As 6 grandes perdas da TPM são listadas abaixo:

● Perdas por quebras: São as que contribuem com a maior parcela na queda do desempenho operacional dos equipamentos. Os dois tipos são:
Perda em função de uma falha do equipamento (quebra repentina);
Perda em função de degeneração gradativa que torna os produtos defeituosos.
Perdas por mudança de linha: São as perdas ocorridas quando é efetuada a mudança de uma linha, com a interrupção para preparação das máquinas, regulagens e ajustes necessários.
Perdas por operação em vazio e pequenas paradas: São interrupções momentâneas causadas por problemas na produção ou nos equipamentos, que normalmente exigem pronta intervenção do operador para que a linha volte a produzir normalmente, como:
Trabalho em vazio pelo entupimento de uma linha de alimentação;
Detecção de produto não conforme por sensores e consequente parada da linha de produção;
Sobrecarga em algum equipamento ocasionando seu desligamento.
Perdas por queda de velocidade de produção: São ocasionadas por condições que levam a trabalhar numa velocidade menor, como:
Desgaste localizado;
Superaquecimento em dias quentes;
Vibração excessiva.
● Perdas por produtos defeituosos: São aquelas oriundas de qualquer retrabalho ou descarte de produtos defeituosos. Essa perda deve incluir tudo aquilo que foi feito além do programado.
● Perdas por queda no rendimento: São as perdas devidas ao não aproveitamento da capacidade nominal das máquinas, equipamentos ou sistemas, causadas, basicamente, por problemas operacionais, como:
□ Instabilidade operacional;
□ Falta de matéria prima.

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